Como foi a performance de Magalu, Americanas e Casas Bahia em 2024? Análise e comparativo completo
- Equipe Build
- 30 de mar.
- 3 min de leitura

Nesta última quarta-feira, 26 de março, a Americanas divulgou seu resultado de Q4-2024, tendo sido a última entre seus concorrentes diretos de capital aberto no Brasil. Magalu e Casas Bahia já haviam divulgado no início de Março.
Embora traga algumas semelhanças, os números apontam a situação de cada uma das empresas e mostram o que cada uma está buscando como estratégia.
O que há em comum entre eles:
Busca por rentabilidade: o período de crescer a qualquer custo ficou no passado. Os 3 players tiveram melhoras em seus indicadores de Ebitda em 2024, quando comparado ao ano anterior;
Lojas físicas em alta: os 3 concorrentes apontaram aumento na venda offline. O maior aumento foi da Americanas, que cresceu 11,9% no YoY. Magalu e Casas Bahia cresceram 10, 1% e 2,1%, respectivamente;
Crescimento do Marketplace: tanto Magalu quanto Casas Bahia reportaram crescimento nas vendas 3P, mostrando que esse é um caminho para trazer rentabilidade para as vendas no Digital. A Americanas não detalhou em seus resultados a divisão entre vendas 1P e 3P no Digital.

Magalu – Destaques
No consolidado de 2024, a companhia reportou uma reversão o prejuízo de R$ 979,1 milhões registrado em 2023 e encerrou o ano com um lucro líquido de R$ 448,7 milhões. O faturamento total cresceu 3,6% e alcançou R$ 65,3 bilhões.
Em relação ao GMV, o Magalu reportou um crescimento de 2,6% nas vendas totais, que englobam lojas físicas, e-commerce e Marketplace.
Embora o GMV do Digital tenha caído 0,4%, o canal segue sendo o maior da companhia, fechando 2024 com 70,8% de participação de todas as vendas. Comparado com Casas Bahia e Americanas, a Magalu é a que tem maior representatividade no Digital.
O Marketplace segue sendo acelerado também. Em 2024, o GMV do 3P cresceu 3,4% vs 2023 e já representa 40,5% de todo o GMV Digital. Vale lembrar que no ano passado, o Magalu anunciou uma parceria com o AliExpress, que contribuiu para esse crescimento do Marketplace.
Casas Bahia – Destaques
Embora o GMV total da companhia tenha caído 3,8% (total de R$ 41,1 bilhões), a empresa trouxe boas notícias em relação a rentabilidade. Vale lembrar que em Abril de 2024 a Casas Bahia entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para renegociar dívidas de R$ 4,1 bilhões
O Ebitda ajustado cresceu 68,5% na comparação com 2023 e atingiu 7,2%. Além disso, o indicador também cresceu na comparação entre Q4-24 vs Q3-24, o que mostra uma consistência no crescimento da rentabilidade. Embora a empresa ainda tenho apresentado prejuízo no resultado líquido, houve melhorias no Q4-24, o que mostra consistência na recuperação.
Enquanto as lojas físicas apresentaram crescimento no GMV de + 2,1% em 2024 na comparação com 2023, o destaque negativo ficou com a queda no GMV do Digital, que teve queda de -11,4% no YoY. O resultado foi puxado pela venda 1P, que decresceu -22,6%, as vendas do Marketplace cresceram +13,2% e ajudaram a minimizar um pouco a queda do e-commerce.
O e-commerce, que chegou a representar 43,9% das vendas do grupo, agora representam 40,4%. Dentro do Digital, o Marketplace ganhou espaço e já representa 39,8% do total das vendas digitais.
O Grupo Casas Bahia aposta em seguir focando em rentabilidade, com crescimento gradual das lojas físicas e buscando um e-commerce mais saudável, sendo que o Retail Media parece como um caminho a seguir sendo acelerado para colaborar nesse resultado.
Americanas - Destaques
Outra empresa que entrou em recuperação judicial em 2024, após a constatação nas fraudes em seus reportes financeiros, a Americanas também busca retomar a rentabilidade.
A operação apresentou melhorias na performance da rentabilidade. A empresa teve um Ebitda Ajustado positivo de R$ 947 milhões, o que representa um Ebitda Ajudado percentual de 0,9%.
Em 2024, o GMV total da Americanas atingiu R$ 21,4 bilhões, queda de -5,1% versus o resultado de 2023. As lojas físicas apresentaram um bom crescimento no GMV, o resultado foi + 11,9% maior em 2024.
No Digital, após uma grande reestruturação, o desempenho desabou. O GMV foi de R$ 3,1 bilhões, uma queda de 48,9% na comparação YoY. Esse resultado fez o canal e-commerce cair na participação e agora representa 14,5% das vendas da companhia. A Americanas não divulgou a quebra da performance do GMV entre 1P e 3P.
A empresa afirma que segue confiante na recuperação, entendendo que é apenas o início do processo, e que os próximos trimestres serão vitais. De qualquer forma, o mercado não reagiu bem aos resultados divulgados e as ações sofreram queda nos dias seguintes.
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